quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O Ponto


Quero o amplo salão
Para acomodar pensamentos,
destes coletivos, silenciosos
e com outras pessoas em atividade libertadora!
.
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Para alcançar o teto é preciso ser leve,
Do tipo livre.
Quando, acidentalmente, caiu o regulamento,
Espatifando-se....
.
Caí ao contrário.
Arrebentei-me da melhor forma,
Pois, comicamente, fui esparramada no teto.
Desajeitada foi minha iniciação à anarquia.
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Assisti a estréia,
como o despertar dos sentidos.
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Do teto, sentia minhas próprias dores e risos.
E todo o meu corpo falava em coro.
De repente, era a coletividade em mim...
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Silêncio....
Cochichos
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Silêncio.
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Olhos arregalados,
Coração disparado,
Transpiração febril.
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(Espanto!)
.
.
.
.
O eu era apenas um representante
de uma população fervilhante a se manifestar.
São milhares...!
Uma diversidade de seres,
A opinar e apresentar seus projetos...
Um eu-nação a ganhar consciência de si-mesmo.
Antes achava ser só silêncio!
A atividade agregadora foi descoberta.
O contato com novas realidades aumenta a multiplicação,
desses, ainda, estranhos seres interiores.
Sim, já os conhecia, mas não assim, cara a cara.
Conhecer pela fisionomia confere maior intimidade,
Ainda que conhecesse seus pensamentos.
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A contra-lei da gravidade.
Mas em favor de outras mais.
E contra um tanto, e sem um monte de aspectos outros...
Era quase alguma coisa, sem tê-la tornado ainda.
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Não posso coadunar com a hipocrisia
de ousar não ouvi-los.
Vou considerar seriamente seus avisos.
Eles que tanto me salvaram a vida ao gritar...
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Meu povo de heróis e canalhas!
As boas ações constam nos albuns,
estas todos conhecem...
As outras...
estão dentro..se vistas com verdade, serão identificadas fora tbém...
Um bando amontoado na escuridão dos sentidos.
São fitados nos olhos com calor e, aos poucos,
contagia com uma felicidade dolorida e necessária.
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Invoco,
Coragem,
Força,
Integridade!!!
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Para continuar firme a olhá-las.
Conhecendo seus pensamentos sombrios.
Entendendo e não sucumbindo a virar o rosto.
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Dos relâmpagos ao roncar do chão.
Não a sua intimidação.
Os raios partem as alturas
E a concentração continua.
O desafio permance a abalar...
Contudo há uma tarefa a acabar.
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Há um intento...
Aprender o desafio.
A terra gira velozmente para derrubar,
E o local mais improvável, prende a todos de sair voando.
É o inominável?
.
A chuva vem do espaço onde achava ser o Nada.
Traz as altas temperaturas.
É Preciso mergulhar no Caldo.
Corpo, luz e sombra a se unificar.
Quem nasce de novo passa por lá.
Assombrada pelo pavor do não suportar...
Ferve o conteúdo.
Passam 7 períodos.
A Espera, a espera...
.

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Surge a vida renovada.
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O círculo fechado,
Contraiu o espaço final.
O ponto que condensou o pensamento
Compactada a experiência.
No núcleo.
No centro.
Na fechadura do ser,
onde a luz anima
o centro da vida.
O forno que transforma a alma.
O início e o fim.
É o ponto.
Existem coleções deste.
.
Olhem à noite!
O grande texto
de pontos luminosos instigando
a sua própria leitura.

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Apresenta-se um balão de quadrinhos:

A inspiração,
de onde vem?

Só tramo.
A linha, não fiz.
O ponto, não inventei.
Só o trabalho de entrelaçar,
o manto para que outros sentem.
A inspiração chega pronta,
Vou unindo os elos...a voz que vem do interior...
Sentir e juntar.
Quem falou?
Achava ser o eu.
Mas este sou.
Devia compô-lo em detalhes,
Porém, sou só magneto dos
Meus temas favoritos.
Já vem semi-trançados.
Cada vez o sobressalto é maior.
A resposta surge e abre um rombo
do tamanho do mundo,
desexplicando tudo que soubera um dia.
Oh, Deuses (que estão dentro), por favor!
Ajudem-me, pois não sei mais como encontrar a humildade que falta
para ver o óbvio!!!
Obrigada, por conseguir perceber que não entendo as perguntas mais tolas, visto que, só agora, estou quase iniciando a sentir um pouco de satisfação.
E a inspiração do que é feita?
Ins-pirações...negar as loucuras...Ahahahahahahahahah...
Seria uma influência, um entusiasmo...
Li, certa vez, que entusiasmo significa Deus dentro de si (bom... piorou agora!) Seria um tipo de possessão do inconsciente? Danou-se!
Caso se apresente uma saída do labirinto, favor entrar em contato...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Sem Lentes


Não há de se ter pudores,
a verdade recorta seu próprio espaço!
Sobre ela... é o cumprimento. É a que se apresenta primeiro,
mesmo que não seja vista inicialmente.
É dedicar dignidade, ou mais que isto,
ser leal.
Como negar o que pertence a todos?
Sem contar, que se apropriar de objeto alheio
é furto, e com violência aumenta a pena.
Não agir com lealdade é um ato hediondo, sinto...
Sim, porque sentir é tão importante quanto pensar!
Nas sociedades em que almas têm profundidade, o sofrimento
e a alegria se alternam e possuem o mesmo valor.
È saudável, como caminhar...sentir dor com consciência do seu papel,
do sentido e mensagem.

Negava exposição... o foco não...quero observar, ser a sombra animada com o princípio da vida.
Re-volta....
Não há o que esconder,
nem medo e insegurança são suficientes, pois fazem parte do tempero do desafio.
Ficar nua do avesso,
aparecendo costuras sanguíneas.
Sem pudores,
respirando fundo de satisfação,
despida de regras inúteis.
As personas quebradas uma a uma.
As expressões tornam-se escassas.
A simplicidade de se ter apenas o necessário.
Não tenho.
Não sou.
Vivo,
mas é claro, é escuro...seguem os dias...

Sem bagagem não há credenciais para exibir privilégios,
como não há indícios da necessidade de inferiorização.
Poder maldito que divide os homens, escalona-dor.
Como seria a sociedade sem alguém pedindo e o alguém para pedir...
E sem o pedido?
Acordada eu sonhava*

Onde fica... na dormência do sonho sem fim,
mas isto é o que eles dizem.
Os produtores dessa desigualdade criminosa que se espalha:
Comam o lixo que produzem!!! Autofágicos.
Há uma extensa lista de itens que o ($) não compra.
Que valores temos projetados nesta lista?
Viver custa muito caro, porém não refiro a ele ($) novamente...
Aprendi a olhar para quem conta vantagem...
quer expressar o inverso de sua realidade.
Todos os sentimentos são misturados e a necessidade de mudança
é o resultado na auto-análise individual e coletiva.
A questão é: Tirando as lentes que a sociedade lhe coloca,
o que realmente tem valor?

*Simplicidade, para que todos tenham o que precisam sem pedir.
Vamos pedir juntos que acabem os pedidos!!!
Por que algo tão coerente tem de ser utopia?

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sobe, caminhando que se anda...

Continuo a me perder pelas esquinas sinfônicas.
Gosto de calçadas
Pulo para dentro das crianças à brincar
Quero de volta o que a cidade transformou em passado
Mas,
o presente se abre todo dia com encanto,
e sou eu quem o embrulha no dia anterior.
Vida,
intensamente vestida.

À sombra
A dor rasga a alma,
e assim, o rosto logo
denuncia,
a transformação está ali atuando,
chora...............................
.
.
.
As lágrimas começam a secar
O espaço ampliado inícia seu sentido.
As névoas das emoções inebriantes.
Partículas formam coreografias.
tramam o que está por vir...
O canto aberto ainda é escuro...
O recente sistema cognitivo que surge
emana sua infleuência como ondas à todas direções...
Não há certezas penduradas.
As paredes transparentes com vista para o inconsciente.
.
.
.
Acordo.

À luz...
Quero meu mundo de volta, chegar no horário, dizer: bom dia!!!, brincar com cachorro que está no caminho. Correr atrás do ônibus...
Sento, e de volta ao mergulho...
A dor estrutura ... faz valorizar os sorrisos, o querer bem,
ser sem pretensões.
A aflição
reorganiza,
faz suportar.
O próximo riso é mais longo
mais aberto
sem tensão porém
devasso......
Abrem-se outras janelas.
O vento no cabelo....
O frescor da manhã misturado ao sol.

Pronta!

Reformada.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Mirar para dentro

O tempo passa como paisagem a 150 km/h ...
O veículo absorve o caminho que fica para trás.
Sintetizo como órgão de digestão da vida.
Sou o eu e o caminho também.
Depois, quando tudo passa, ocorre a mistura,
não cabe mais análise, julgamento ou egocentricidades,
sem definições, vida, móvel, transforma-ativa e dinâmica.
Uma partícula sem matéria, apenas com probabilidade de ser,
e assim mesmo existe.
É um mistério ser,
porém isso não impede de procurar a resposta.
Procurar não consiste em sempre encontrar.
As respostas só chegam na hora certa...
procurar é atitude humilde, não pretende,
realiza-se na busca, aprende com o caminho.
Já o encontro com o que se busca,
é o final do rumo,
parte tão importante quanto qualquer fragmento do percurso.
O utilitarismo dos fins rouba a poesia do presente.
Simplesmente viver...
valorizar o agora e ter a capacidade de vê-lo,
sem pressa de chegar ao final.
Chegar ao final...
sem ver o agora é ser vazio, não é o Nada Criativo,
mas sim, a angustia alarmante do caminho perdido.
Credo!
Estar cega de percepção,
sem conhecer como se manter viva.
O germe, que carregamos no núcleo, contém as respostas.
Com os estímulos internos ele se desenvolve e
libera o perfume da compreensão que se molda em chaves.
Cada problema possui sua fechadura.
Primeiro, a procura por sua discreta posição.
Depois, o olho na fechadura para tentar visualizar como compreender.
Envolve-se o problema de atenta concentração.
Algumas vezes tem alguma característica aterrorizadora
que impede de ver a verdade,
mas aos poucos se descobre formas de se aproximar dela.
Quando for desvendado, parte suficiente do enigma,
a ponto de ser reproduzido interiormente, o instrumento revelador surge.
O momento mais esperado, não é o mais importante,
pois a tensão mais forte foi gerada quando parecia indecifrável.
A metamorfose é realizada... cada fase em seu tempo.
O caldo transformador ferve,
enquanto seus ingredientes são reconhecidos, escolhidos e dosados.
A sabedoria do tempo interage, trazendo as escolhas,
e os resultados colhidos,
logo adiante numa dança rítmica cósmica na harmonia da natureza.