sexta-feira, 27 de abril de 2007

A CONDUÇÃO

O dia surge pleno, elevando as possibilidades ao climax. A noite o segue para sustentar o peso da luz.
Assim iniciam os ciclos... a doce ordem da natureza que coloca tudo no seu lugar.
Meu sono é o pilar do dia inteiro, um ao lado do outro, formam a construção sem fim.
O planeta coberto de constelações.
O destino é visível para quem puder ler. Ir atrás da resposta é o primeiro passo para alcançá-la.
Abro meu dia e vejo iniciar o mundo. A história de 24h únicas existentes...O passado e o futuro ficam depois do sono. Só o agora pode ser vivido, o resto ou é sonho ou um potencial.

A gestação do planeta são os pensamentos que reluzem como estandartes em todos os seres vivos.
Os pensamentos são as sementes de tudo que existe.
Eles são ao mesmo tempo, construtor e matéria-prima.
A alquimia das possibilidades costura o universo.
A magia dos instantes, embriagam o tempo, de êxtase puro.
Os vários nomes da sua variação, mas não se perde sua essência...o acaso, o depois, o mais tarde, o antes fosse, o e si, o talvez, o um dia, brincam com a ordem natural das coisas.
O que morre permanece em essência, morre a máscara fica o ânimo... a energia transmuta a forma, o tempo modifica tudo.
O mistério não se oculta para velar verdade. É apenas a semente que precisa se desenvolver em etapas... precisa colher muitos "agora".
O tempo é o guardião dos ciclos, protege atento o que germina, para que se desenvolva e cumpra sua função de filho da natureza.
A gestação do tempo, sábia expectativa, que guarda o amadurecimento das coisas.
Elas se envolvem pela energia multiplicativa da criação. Tomam forma, pouco a pouco, num ballet, guiado pela sabedoria suprema.
A luz gera a sagrada sinfonia que dita o caminho sedutor que guia o nascimento de tudo que tem forma, mesmo que invisível.

O universo dança formando a sincronicidade dos acontecimentos. A harmonia dos opostos em pares, girando e acelerando a mutação. A alma do mundo canta em coro pela transformação. Os ventos trazem as sementes do seu hálito celestial que se desenvolve na terra, toca os céus e alimenta o que vive nela, e também, o que está mergulhado no útero do mundo. Os portadores de consciência voltam-se aos céus, em busca de renovação, o alimento da alma.
Pára e recebe a resposta, o eco da música infinita, que clama pela continuação.
Os universos se comunicam através da música que invade o corpo, passa pela corrente sanguínea, pelos fluídos...pela sinapse... pela saliva, a luz que invade o corpo.
Nossos mundos internos percebem o brado que vêm dos céus, o grande trovão, a destruidora tempestade, que corrói o que deve ceder lugar ao novo, em uníssono.
O uno, a ligação plena, as perguntas são feitas e as respostas estão unidas a ela.
O todo se manifesta e reconhece tudo que há sem dissociar de sua essência.
A Lei natural, não é imposta, é reconhecida como a verdade.
Não oprime, liberta !!! Não obriga, conduz. Não limita, satisfaz. Deixa de aprisionar conduz ao infinito, através da sagrada dança da criação, no delírio do sentimento profundo, do indizível momento que soa em intensa, eterna, e viva continuidade.

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